A obra de Precious Okoyomon na 36ª Bienal de Artes de São Paulo

Você está sabendo que a 36ª Bienal de Artes de São Paulo está acontecendo? Fomos conferir esta, que é uma das Bienais de Artes mais importantes do mundo.

É uma grande exposição e nos mostra como a arte pode nos fazer pensar sobre o tempo em que vivemos. 

A 36ª Bienal de São Paulo apresenta o tema “Nem todo viandante anda estradas – Da humanidade como prática”, reunindo artistas de todo o mundo. Entre os destaques está Precious Okoyomon, que cria instalações vivas com terra e plantas, unindo arte, poesia e natureza para refletir sobre vida, tempo e humanidade.

Instalação Vista de Sun of Consciousness. God Blow Thru Me – Love Break Me, de Precious Okoyomom

Logo na entrada, está a instalação Vista de Sun of Consciousness. God Blow Thru Me – Love Break Me, (em uma tradução livre: Vista do Sol da Consciência. Deus Sopra Através de Mim – Amor Me Destroi) de Precious Okoyomon.

A artista Precious Okoyomon instalou uma obra viva que remete ao cerrado brasileiro, incluindo vegetação e peixes em um lago. O trabalho da artista e poeta é marcado pela investigação dos ciclos da vida e as transformações. Uma instalação artística que vai se transformando ao longo do tempo. Vida e morte.

A artista Precious Okoyomon que está expondo sua obra na 36ª Bienal de São Paulo

Precious Okoyomon é uma artista conceitual, poetisa e chef nigeriana-americana nascida em Londres, em 1993, que vive e trabalha em Nova York. Sua prática artística multidisciplinar investiga temas como o mundo natural, as histórias de migração e racialização, o cristianismo, a intimidade, e as complexidades da vida, morte e tempo. Suas obras frequentemente se inspiram em sua história familiar e nas experiências da comunidade queer, utilizando instalações, esculturas, performances e poesia.

Okoyomon é conhecida por criar ambientes vivos, como terrários que evocam ecossistemas naturais, e explorar conceitos relacionados à racialização da luz, do sol e da natureza, frequentemente usando símbolos como anjos e o sol em sua obra. Destaca-se sua instalação mais ambiciosa que reimagina ambientes naturais através das estações do ano, apresentada em museus importantes como o Aspen Art Museum. Sua produção artística foi reconhecida com prêmios como o Frieze Artist Award e o Chanel Next Art Prize em 2021, e suas exposições individuais aconteceram em espaços renomados na Europa e nos Estados Unidos.

A carreira culinária de Precious Okoyomon influencia sua arte ao inserir uma perspectiva sensorial e processual em suas obras. Como chef, ela desenvolve uma compreensão profunda dos ciclos da natureza, dos ingredientes e da transformação, o que se reflete em suas instalações vivas, que frequentemente evocam ecossistemas naturais e processos de crescimento, decay e renovação. A relação entre comida, corpo e cuidado aparece como metáfora para a conexão entre seres vivos e o ambiente, refletindo também questões de pertencimento e identidade.

Esse diálogo entre culinária e arte contribui para a experiência imersiva e multisensorial de suas obras, onde o público pode perceber a materialidade e o tempo envolvidos nas transformações naturais que Okoyomon busca representar. Assim, seu trabalho não é apenas visual, mas envolve cheiros, texturas e a própria dinâmica da vida, que são aspectos chave da prática culinária aplicada ao campo artístico.

Além disso, ela publica poesia que reflete sua identidade como mulher negra, imigrante e queer, complexidade que também permeia sua arte visual. Precious Okoyomon é uma das artistas em destaque da 36ª Bienal de São Paulo, contribuindo com trabalhos que combinam ecologia, história e experiências sensoriais, refletindo sobre a beleza e a resistência da humanidade.

A Bienal está linda, além da instalação de Precious Okoyomon, e revela, por meio da arte, um panorama global e profundo sobre a humanidade, resistência e convivência, valorizando o encontro entre culturas e formas de expressão artística.

Vale a pena visitar. E você já foi? Se programa pra ir que ainda dá tempo, a exposição fica em cartaz até dia 11 de janeiro de 2026. é gratuita e fica dentro do parque do Ibirapuera. Vai e depois me conta o que achou. Bjo e já volto com mais sobre a bienal.